Fanfic Noturnos - O solitário

Aviso:
Alguns dos personagens
encontrados nesta história e /ou
universo em que se passa , não
me pertencem , mas são de
propriedade intelectual de seu
respectivo autor. Os eventuais
personagens originais desta
história são de minha propriedade
intelectual, sendo vedada a
utilização por outros autores sem
minha prévia autorização.
História criada de fã e para fãs.
Se ainda não conhece noturnos >>clique aqui<<

Vamos ao conto, boa leitura!

***

Eu via fogo, estava em todo o lugar... Será que estava no inferno?

Eu sentia a raiva, a dor, a angústia... Estava em todo lugar... Era uma guerra, não sei o que estava em jogo,  mas todos estavam dando tudo de si pela vitória...
Minha visão estava embaçada por algum motivo. Senti que algo se aproximava de mim muito rápido e no momento que a coisa se aproxima eu abro os olhos.
-Era um sonho - digo olhando para o teto. Raramente um sonho me fazia acordar, mas esse não tinha nada a ver com o que eu já tinha vivido, pois era esse o tipo de sonho que seres como eu tinham. Reviver coisas do passado, mas dessa vez eu vi o futuro, eu acho. - Quanto tempo será que fiquei aqui? Essa prisão está muito pior. - observo.
- Hum... Depois de 100 anos a Bela Adormecida acorda - ouço uma voz masculina vinda do outro lado da porta.
- 100 anos é... - me surpreendo - Tá explicado! - então levanto do chão, minhas roupas estão viradas em trapos, meus cabelos estão enormes... Odeio meu cabelo nesse tamanho e vejo correntes presas em meus pulsos... sinto a magia nelas, mas sinto que aquelas correntes emanam energia de Blackhearth delas... óbvio. Se não fosse pela grande força mágica que havia em minha volta, poderia sair facilmente.
- Acho que já está na hora de você sair daí - diz a voz.
- Quem é você? - pergunto, mas não estou muito interessado em saber.

- Ninguém importante, apenas senti sua presença pelas redondezas... Faz algum tempo, mas resolvi esperar você despertar.
-Huum... entendo, mas por que vai me ajudar? E como vai fazer, pois isso é...
- Relaxa mano, eu não gosto de ver os da minha raça nesse estado e sei que isso é obra de alguma bruxa e que morreu já faz algum tempo... Aliás,  por que você está preso? - senti a curiosidade em sua voz.
- Sou o único sobrevivente de minha família... minha família me fez concordar em me esconder aqui...

- Te prendendo em uma cela, acorrentado por algum Blackhearth e banhado a magia de bruxa... você concordou mesmo com isso? - ele me interrompe.

- Na verdade eles me fizeram concordar a força... 

- Aaah, então você é dos que arruma confusões! - senti um tom debochado em sua voz, eu sorrio.

- Era, mas não tanto quanto ao meu irmão gêmeo...
- Você tinha um irmão gêmeo? Isso é meio raro entre vampiros.
- Pois é... ele fez algumas merdas aí que chamou atenção do conselho...

- Vou te soltar e você pode me contar sua história no caminho - ele me diz.
- Mas como vai fazer isso? Tem uma barreira mágica...
- Eu manjo das magias, cara - ele me diz rindo - Uma bruxa que me envolvi me ensinou algumas coisas pra me livrar de algumas feitiçarias. Sua  barreira é forte, mas simples de desativar, precisa de apenas uma gota do meu sangue pra desativar. - então ouço um click do cadeado e a barreira mágica desaparece.
Olho em meus pulsos e os grilhões se transformam em pó, os giro um pouco e fico de pé. Então a porta  se abre e um ser encapuzado entra, ele me entrega uma bolsa.
Eu a abro e vejo algumas peças de roupas, o agradeço enquanto me troco. Visto uma camiseta branca e uma calça jeans escura, depois coloco uma jaqueta de couro preta.

- É, gostei! Obrigado mais uma vez!
- Nem esquenta, mas eu esqueci de trazer um calçado pra você... droga, sabia que estava esquecendo algo.

- Nem se preocupe, você já ajudou bastante!

- Ok, então vamos caçar, você deve estar precisando!
- Ah, imagina, só fiquei 100 anos isolado do mundo - nós rimos - Mas como você sabe que estou a 100 anos preso?

- O seu cheiro e o cheiro daqui - ele diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo - Meu olfato é super potente, parecido com os licantropos, só que melhor, é claro... Bem melhor!

- Huum... entendo...
- Bom, vamos sair daqui, estou curioso pra ouvir sua história.
Saímos correndo e saltando de telhado em telhado, a noite estava muito agradável. Aquela sensação de liberdade, o vento em meu rosto... Aquilo era maravilhoso...

Decidimos nos alimentar antes, infelizmente não achamos nenhuma virgem, mas me contentei com as garotas que achamos. Sequei duas, o gosto daquele sangue me fez sentir a energia revigorada. Depois que nos alimentamos, queimamos os corpos em um local onde não chamasse a atenção.
- Não nos apresentamos direito - ele me disse
- É verdade - digo rindo - Perdi meus bons modos nesse tempo - ele dá risada.
- Me chame de Draco, não posso chamar muita atenção por aí - ele então se aproxima de mim e sussurra em meu ouvido - Estou infiltrado no conselho, alguns assuntos importantes e tal, não posso mostrar meu rosto e dizer meu nome assim a toa...

- Entendo... Meu nome é Jonas Ghostdark.
- Como é? Ghostdark? Nunca ouvi falar...
- Minha família era a mais discreta de todas, ninguém sabia da nossa existência graças a habilidade especial dos Ghostdarks.
- E qual seria essa habilidade? - ele estava bem interessado no assunto, desconfiei, mas já não tinha nada a perder mesmo...

- Sombras - apesar da escuridão que o capuz fazia em seu rosto, pude ver que ele fazia uma careta de quem não estava entendendo - Você poderia nos confundir com algum espectro, só que ao contrário deles, você não pode ver nosso rosto, pois nossa forma fica como se fosse a de uma sombra qualquer - olho para o chão, a luz da lua faz projetar nossas sombras no chão. Então aponto para a sombra dele - Ficamos igual... e sem falar nos poderes telecinéticos...

- CARALHO!!! Vocês poderiam ter tomado o poder do conselho facilmente!
- Talvez, mas éramos totalmente discretos e não gostávamos de exibicionismo, até pelo fato de que essas habilidades chamassem atenção demais e poderia gerar uma guerra...
- E vocês não queriam isso, né?
- Não... Se envolver nestas coisas apenas atrasam a vida e também geram mortes desnecessárias.
- Não é meio entediante esse estilo de vida?

- Pra mim não era, mas para meu irmão... Não sei como ele adquiriu aquele estilo aventureiro... Ele queria conhecer o mundo... Nós permitimos, mas fizemos ele prometer que não iria esquecer dos princípios da família, que iria evitar chamar atenção... Mas ele não ouviu...Por ele ser o cara novo da redondeza, acabou chamando atenção do conselho.

- Então conselho colocou a cabeça dele a prêmio? 

- Quase isso - eu ainda não fazia ideia do motivo de eu estar contando isso tudo a ele - O conselho também não quis chamar atenção, mandaram alguns perseguidores atrás dele. Ele tinha se comunicado comigo alguns dias antes de ser pego, tentou mentir pra mim que estava bem e tudo mais, mas eu era irmão dele, irmão gêmeo e isso nos conectava de tal forma que me fez descobrir o que estava acontecendo e também tinha o detalhe mais óbvio... Ele não sabia mentir pra mim - lembro de tudo aquilo me fazia mal, eu sentia que estava revivendo aquela merda toda outra vez. - Então o conselho capturou meu irmão... Tomás Ghostdark... Eles o torturaram até ele dizer tudo o que sabia sobre nossa família, mas não conseguiram nada... Então... Então... - aquilo me deixava puto, as lembranças... tudo me deixava puto , o fato do meu irmão ter saído de casa, ter feito merda, ter sido capturado pelo conselho e... - Então ele foi eliminado...
Draco se afasta de mim dando alguns passos pra trás, então percebo que estava envolto pela aura do modo fúria. Fecho meus olhos e respiro fundo pra me acalmar.
Quando Draco percebe que já estava mais calmo ele resolve dizer:

- Você veio atrás do conselho e quis se vingar!

- Exatamente, eu senti a dor que meu irmão sentiu...
- Eu entendo cara, o conselho já tirou de mim pessoas da minha família, mas muita coisa mudou... pra pior é claro e agora quem comanda a porra toda é uma bruxa... - COMO ASSIM? UMA BRUXA... NÃO PODE SER... O que foi que aconteceu nesse tempo todo?
- Uma bruxa?
- Mas ela não é uma bruxa qualquer, ela foi transformada...

- Puta merda! - Como isso foi acontecer?

Então Draco me conta tudo o que perdi nesse tempo que fiquei fora, a traição que Drake e a família Nigthcrawler sofreu, como ele foi preso, a reorganização do conselho e sobre o suposto filho de Drake.
- Nossa, já ouvi falar muitas coisas sobre a família Nigthcrawler e já cheguei a vê- lo algumas vezes, mas à distância, é claro... 

- Tem outro rumor circulando por aí.
- Sobre Drake?

- Sim, estão dizendo que ele ainda está vivo. - se o que ele me diz é verdade, provavelmente esse novo pessoal do conselho tem planos pra esse Drake, não iriam matá- lo a toa... Sem falar que ele é, era um dos sete. - Estou torcendo pra que isso seja verdade, quero ver esse conselho cair...
- Eu também - digo a ele sorrindo - Foi por causa do conselho que minha família foi aniquilada, usaram o cheiro do meu irmão para procurar cada um de minha família, meus pais queriam que eu continuasse vivo, eu queria defender minha família e lutar junto com eles, mas eles já haviam providenciado tudo, como se eles soubessem que aquilo iria acontecer e com a ajuda de uma bruxa e um Blackhearth, amigos de confiança da minha mãe, me convenceram na marra a me exilar longe do alcance do conselho.
- Lamento pela sua família - ele me dá um tapinha de leve em minhas costas.

- Quero ver com meus próprios olhos a queda do conselho e se for preciso... Eu irei ajudar... 

- Quer ver de camarote o circo pegar fogo não é? - damos risada - Gostei de você, vou te deixar informado quando te encontrar outra vez, se quiser dar uma olhada... Se estiver curioso, está acontecendo uma luta no Porto de Santos, é aqui bem próximo e pelo o que ouvi lá no conselho, o tal filho do Drake está lá, junto com outros Nigthcrawlers. - isso era perfeito! - Tem uns caras do conselho lá, mas você deve tomar cuidado com eles, pois eles são os novos sete, mais conhecidos como Suicidas.

- Pode deixar, vou tomar cuidado e muito obrigado, mais uma vez, por tudo - nos despedimos e então seguimos nossos caminhos, fui em direção ao porto e Draco retornou ao conselho.

Estou descalço, isso é bom, posso sentir a terra em meus pés, resolvo viajar entre as sombras por ser mais rápido e como está a noite é muito mais fácil.
Eu me tornei apenado a uma silhueta e pulo entre a escuridão, pulo de sombra em sombra e me movimento rapidamente, não como antes... estou enferrujado rs... É quando de longe posso ver explosões e ouvir os gritos que vem do porto.
Foi então que me assustei com o que vejo, era a mesma visão que tive no meu sonho, só que agora bem mais nítido. Vejo cinzas em tudo que é canto, o estrago é feio e realmente parecia o inferno. Ando um pouco mais entre as sombras eu ouço o som das lutas, ossos se quebrando, a raiva está em todo canto... tudo que senti no meu sonho eu agora sinto ali.
O que será que está acontecendo?
Eu tenho que ver, tenho que investigar...

Texto: Valdir Henrique
Revisão: Déh Soares